quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Microsoft Brasil = sub-empresa.

Que a Xbox Live é o sistema que a maioria dos donos de Xbox usa para jogar online, comprar jogos na Xbox Live Arcade, baixar demos e filmes de jogos todo mundo sabe. Que a Xbox Live não está disponível oficialmente no Brasil, todo mundo também sabe. Que existe maneira de usá-la, mesmo estando aqui, uma boa parte dos gamers sabe, mas cancelar o serviço numa boa daqui do Brasil... Bom, isso eu tenho certeza que poucos sabem.

A Xbox Live é dividida em GOLD e SILVER. Como os próprios nomes já dizem, a GOLD tem mais utilidade que a SILVER, na GOLD você pode jogar online, na SILVER não. Mas a SILVER te deixa fazer quase tudo do pouco que um brasileiro pode fazer na Live, então, pra quem não tem costume de jogar online, a SILVER é uma excelente pedida.

Há cerca de 1 ano eu resolvi assinar a Live GOLD, pagando os 50 dólares anuais que ela custa. Fiz a assinatura usando o meu cartão de crédito internacional, em uma época onde ainda dava pra usar um cartão internacional brasileiro no Xbox 360. Usei-a por 1 ano direitinho, comprei meus jogos na XBLA e joguei, bem eventualmente, online com alguns amigos, mas definitivamente jogar online não é comigo. Não é por nada, mas eu simplesmente não consigo jogar online por muito tempo, acho que é a idade, não sei bem dizer o porquê.

Eis que, mês passado, ao tentar conectar à Xbox Live no meu console eu noto que não estou conseguindo. Não me era retornada nenhuma mensagem de erro, simplesmente tentava conectar e parava. Achei estranho mas tentei descobrir o porquê disso. Entrei em um jogo, apertei o botão central (o yourguide button) e mandei o console entrar na Live. Ele me disse que não podia porque havia um problema com a minha renovação da assinatura da Live.

Fui até o endereço da Microsoft que resolveria isso, o http://billing.microsoft.com, entrei com meu usuário e senha da Live e vi como estava a minha situação: não estava boa. Como o banco cancelou meu cartão de crédito e me mandou outro, o número dele mudou, a Microsoft tentou renovar e, como o cartão não existia mais, não conseguiu. Ele entrou em um "loop" de negação que duraria a vida toda e que só poderia ser resolvido de duas maneiras: renovando a Live ou cancelando a Live. Só que eu não queria nenhuma das duas opções, eu queria simplesmente voltar a ser SILVER e pronto, só isso. Não era possível. Acabei esbarrando em um problema sério de a MS dos EUA não aceitar cartões de créditos internacionais brasileiros, eu não conseguia pagar pra renovar de maneira alguma. Cancelar não era uma opção, se eu cancelasse eu perderia minha gamertag e meu gamerscore.

Pode parecer bobeira não querer perder isso, mas se eu perdesse minha gamertag eu perderia todos os jogos e expansões pelas quais eu já paguei. Explico: meu console teve 3RL recentemente, e meus dados estão no HDD do videogame zoado. Quando eu comprar outro console, com Live SILVER mesmo, eu encaixo o meu HDD velho no videogame novo e valido, um a um, todo o conteúdo que eu comprei. Se eu não tiver mais gamertag não há como essa validação ser feita e eu perco tudo o que eu tenho, não tenho mais como trocar de console. Era uma situação boba porém delicada, que podia ser resolvida de maneira simples, mas não foi.

Não foi porque eu tentei de tudo: adicionar outro cartão de crédito à Live, comprar um cartão pré-pago de 1 mês, tentar adicionar um cartão de crédito virtual americano, tentar mudar meu status no videogame, tentar mudar na página da Microsoft. Nada parecia surtir efeito, sempre estive na mesma situação, nada mudou e nada se resolveu.

Pensei então: "vou ligar pra Microsoft do Brasil, quem sabe eles não me ajudam nisso". E fiz, liguei na MS do Brasil e uma menina chamada Kika me atendeu. Expliquei a minha situação e fui extremamente mal atendido, basicamente era como se estivesse me fazendo um favor. Quando eu disse que com o Wii e o PS3 não tinha esses problemas, ela me disse "O Wii não é da Microsoft, você comprou o Xbox porque quis..." (JURO QUE ELA DISSE ISSO). Disse também algo como "você está assinando a Live de maneira ilegal, usando endereço falso e ainda quer que façamos algo? Você estava ciente dos riscos quando assinou a Live, não podemos fazer nada por você". Em suma: não fez coisa alguma pra me ajudar. Como consumidor da Microsoft eu me senti um bandido, eu paguei por um serviço lá fora e a empresa que é dona desse serviço disse que eu estava cometendo algo ilegal. Muito nonsense isso, não?! Pois é, mas é assim que as coisas são, infelizmente.

Desiludido e com medo de perder tudo o que eu baixei (entre 35 jogos da Xbox Live Arcade, uns packs de músicas pro Rock Band, todas as expansões do Oblivion e do Mass Effect), eu recebi a sugestão do Agripas de ligar pra MS dos EUA e ver o que eles faziam. O telefone deles, o 1-800-4MY-XBOX, é um número gratuito lá fora, então o Skype faz ligações pra ele sem te cobrar nada. Como eu não tinha mais nada a perder, decidi ligar. Conversei com o atendente John, expliquei a ele toda a minha situação, ele me perguntou se eu tinha um telefone falso no cadastro, fez piada com isso e me transferiu para a atendente Lan, não sem antes dar o meu número de protocolo (1071017522). Me foi dito que a Lan resolveria meu caso e após umas perguntas sobre o meu endereço falso nos EUA, ela me pediu alguns minutos pra solucionar meu caso. Voltou à linha apenas quando tudo estava resolvido, me deu o número de protocolo (1071018739), me agradeceu, perguntou se eu queria algo mais e desligou.

Pronto. Problema resolvido, Microsoft do Brasil me tratando como um bandido e Microsoft dos EUA resolvendo o meu problema, mesmo podendo me dizer algo como "ligue pra MS do Brasil, não podemos atendê-lo aqui". Um exemplo de como se atende um consumidor, um exemplo de civilidade e bom atendimento. Quanto à MS do Brasil, bem, eles perderam um consumidor. Um bom consumidor, um cara que sempre comprou muita coisa deles (já cheguei a ter 20 jogos originais de Xbox360, como eu não sou da imprensa, é um número considerável), um cara que respeitava o trabalho deles no Brasil, um cara que foi na festa de lançamento do videogame lá na Vila Olímpia, naquela bela festa. Perderam pra sempre um consumidor, simplesmente porque se negaram a me ajudar, ou ao menos a me atender direito. Eu pago, eu sou consumidor, eu tenho direitos, mas parece que não é isso que a MS do Brasil pensa. Uma pena, pra eles.

Entendam: a Microsoft do Brasil não tinha a OBRIGAÇÃO de me ajudar, mas eles como empresa e eu, como consumidor, poderiam ter feito a GENTILEZA de me ajudar. A Microsoft dos EUA também não tinha a obrigação de me ajudar, mas como ela preza o consumidor, fez questão de fazê-lo. Não se importou se eu tinha endereço falso, não se importou se eu estava fazendo coisa "errada", não se importou com eu ter uma filial aqui no Brasil, simplesmente resolveu e pronto. Essa é a diferença entre uma empresa que se importa com perder consumidores e outra que não está nem aí. É por isso que eu não acredito e acho que nunca vai acontecer um mercado de jogos no Brasil. A cultura desse povo maldito é o que atrapalha, e a cultura não vai mudar.

No mais, fica a dica: se alguém por algum acaso entrar nessa situação, liguem na MS dos EUA pelo Skype, é de graça e eles resolvem. O único inconveniente pra alguns é ter que falar em inglês com os caras, mas não acredito que isso seja um problema muito grande.

Então ficamos assim: O Xbox 360 é um belo console, tem suas (muitas) falhas de hardware, mas ainda é o melhor da geração atual e ponto-final. A Microsoft do Brasil é sim uma sub-empresa, eu fiz contato com ela sobre isso antes de publicar aqui e fui sumariamente ignorado. A Microsoft dos EUA respeita o consumidor, mas eu não moro nos EUA. :'(

domingo, 10 de agosto de 2008

Black, o sub-jogo - parte II

O Bruno esqueceu de comentar outro aspecto horroroso do Black: as fases são gigantescas, confusas e não há uma clara marcação de progressão por elas - não há restart points, morreu depois de 40 minutos de tiroteio? Volte ao início da (chata) fase e passe por tudo de novo.

Só não me havia ocorrido isto, o porquê de tanta gente amar este sub-jogo: o PS2 realmente tem poucos FPSs dignos de nota, ao ponto do Bruno ter me lembrado que perdi meu tempo terminando Cold Winter , um tremendo jogo medíocre, por absoluta falta de FPS no sistema.

Ah, não há como negar uma coisa: Black é graficamente lindo, ainda mais naquela época de transição, quando o Xbox 360 havia acabado de sair com jogos mal e porcamente adaptados da geração anterior. Ainda assim, sub-jogo total.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Black (PS2 / Xbox)



OMFG! CRITERION! OMFG! BURNOUT! OMFG! RENDERWARE! Esse era o burburinho que rolava e com essas 3 palavras, Criterion, Renderware e Burnout, foi criado mais um hype. Ouvimos todos os tipos de comentários a respeito do Black antes de ele sair, que seria a oitava maravilha do mundo, que teria IA impressionante, jogabilidade fabulosa, que seria lindo e que os FPSs tremeriam ante ao poderoso Black.

A Criterion estava em um ótimo momento, a série Burnout estava com nas mãos dela, eles estavam fazendo um trabalho extremamente competente, e caíram na besteira de fazer um FPS. Não me levem a mal, o jogo é bonito, muito bonito, mas só isso não consegue salvá-lo, ele sofre de sérios problemas, como por exemplo o sistema de colisões. Não é incomum o player acertar diversos tiros nos inimigos e eles simplesmente não morrerem. Incomoda bastante descarregar um pente da sua arma no inimigo e ele ainda continuar vindo pra cima de você. Pior, as vezes tiros na cabeça não matam! Queria saber em qual dimensão um cara toma um tiro na cabeça e fica de boa. :)

Outro problema sério com o jogo é a inteligência artificial dos inimigos, ou a burrice artificial, como preferirem. Não agem em bandos, não se tocam se você se aproxima fazendo algum barulho, em suma, são burros, muito burros. Não tão burros quanto em Doom, mas ainda assim asnos completos.

Entendam, Black pra PS2 é um sinônimo de jogo excelente, mas pra quem tem / teve Xbox o jogo não passa de um FPSzinho bonitinho e meia-boca. Todo mundo amou Black porque a maioria das pessoas têm PS2, que sofre de uma ampla falta de FPSs decentes. Half Life talvez, mas é o melhor que temos no PS2. Killzone é tosco (e é um sub-jogo que eu quero escrever) e a série Medal of Honor é fraca (outro sub-jogo ou sub-série, mas cada coisa a seu tempo). Não há bons FPSs no PS2, nada como (o repetitivo) Halo ou (a excelência) Half Life 2 ou mesmo o (muito xingado) Doom 3. Então os jogadores ficam abismados com a capacidade do jogo, acham a oitava maravilha do mundo. Comprem um Xbox e joguem os FPSs dele, vocês mudarão de idéia rapidinho sobre o Black. Quem ama Black é porque só tem PS2.

Em suma, é um jogo lindo!? Putz, não tenho a menor dúvida e repito: é um dos jogos mais bonitos do PS2 ou mesmo do Xbox. A jogabilidade é bem marromenos, a IA é estúpida e os inimigos praticamente imortais. É um jogo que dá pra passar a vida toda sem jogar, ele é perfeitamente dispensável. Ou melhor, é um sub-jogo, bonito, praticamente um demo técnico (fica quieto aí no seu canto, Crysis, não estamos falando de você) mas de divertido mesmo, só pros PS2 owners e pela falta de opções do gênero.

Se não tivessem feito tanto hype em cima dele eu não estava aqui escrevendo sobre ele, teria passado em branco um joguinho meia-boca e ficaria tudo assim. Mas o hype foi feito e minha obrigação foi cumprida.

Sub-jogo sim, sem nenhuma dúvida!

UPDATE
Fazendo justiça: Timesplitters é bem bacana mesmo, como disse o Fabão. Eu me esqueci dessa série.
:)